domingo, 5 de julho de 2009

João, meu filho. Minha luta.




No final de junho de 2009, foi iniciado o processo para eu conseguir a guarda provisória do João. Foi solicitada uma entrevista comigo e com a genitora, conduzida por uma psicóloga e uma assistente social, em um Fórum de São Paulo. O João teria que estar presente.

Nesta entrevista contei toda a nossa história. Estranhei a forma com que fui tratada onde, além da frieza, os questionamentos foram sempre realizados no sentido de que eu havia cometido um enorme erro. Entre as pouquíssimas perguntas relacionadas ao bem estar do João, queriam saber se ele havia ficado com alguma seqüela???? Quando abri meus braços para receber o João em minha vida, em nenhum momento tive essa preocupação já que, caso isso acontecesse, eu iria buscar toda a ajuda necessária para cuidar dele.

Saí da entrevista com a Assistente Social e Psicóloga me sentindo estraçalhada e, de forma simples, “judiada moralmente”. Ainda assim, pensei que esta metodologia de abordagem serviria para avaliar as minhas reais condições de cuidar do meu bebê. Nunca tive a intenção de prejudicar ninguém ou ferir interesses de terceiros.

A entrevista com a genitora foi realizada logo após a minha, sem que ela tivesse demonstrado qualquer interesse em conhecer o João que estava ali, disponível, a poucos passos do seu abraço.

Na semana seguinte, 01.07.2009, foi agendada uma audiência com um juiz no mesmo Fórum. A psicóloga solicitou que minha mãe comparecesse para fazer uma entrevista com a assistente social, pois, por eu ser solteira, seria necessário confirmar que eu tenho uma estrutura familiar. Além da minha mãe, foram convocadas diversas testemunhas, entre elas os médicos que cuidaram da genitora e fizeram o parto do João.

A genitora também compareceu a esta entrevista com a assistente social. Talvez, devido a minha formação como psicóloga, senti um tratamento diferenciado por parte da Assistente Social para com a genitora. Tudo bem, isso não é problema, já que temos a tendência (incluindo eu) a tratar as pessoas menos abonadas com maior deferência em casos como esses.

Enquanto aguardavam a audiência, as testemunhas relataram que a genitora novamente demonstrou pouco interesse pelo João, apesar de ele estar, novamente, disponível ao lado dela. Uma mãe arrependida e com chance de ter seu filho novamente em seus braços perderia essa oportunidade? Uma mãe com sentimentos reais pela criança não choraria? Uma mãe ficaria deitada no banco do Fórum, descansando, enquanto seu filho aguarda acordado, por horas a fio, que sua situação com a justiça seja resolvida?

Para concluir essa primeira parte da história, relato os últimos acontecimentos: ambas as partes (mães e advogados) entraram na sala de audiência. A genitora num único ato, nunca antes enunciado, perante a Juíza informou interesse em ficar com o bebê, meu pequeno João. A Juíza, ao saber que a genitora não tem emprego, não tem casa (mora com parentes) e não tem sei lá o que, determinou que o João fosse imediatamente encaminhado para um abrigo de menores por 60 dias para avaliar as reais condições e interesse desta genitora em cuidar do seu filho. Caso isso não ocorra, ele será encaminhado para adoção.

A mim coube manter-me longe do João, entregando-o aos braços da justiça e, pelo gesto vil de ter lhe dado a vida, meu coração e minha vida, nunca mais procurá-lo.

Meu Deus, que justiça é essa?
Meu Deus, como não chorar pelo meu bebê?
Meu Deus, nunca senti dor maior do que a de ter que entregar o meu João, as 21h de uma quinta-feira fria e chuvosa, aos braços da justiça.
Quem está cuidando do meu João?
Ele está com frio?
Ele está com fome?
Alguém sabe os remédios que ele toma?
O leite que ele gosta?
As vacinas, alguém me perguntou quais ele tomou?
Meu Deus, que os anjos do céu estejam protegendo meu bebê.
Passaram-se 5 meses desde o começo desta história. O João, mais do que conta do meu coração, tomou conta da minha vida, da sua irmã Vitty e de toda nossa família.

A vida do João já está atrelada à nossa. Não existe felicidade sem ele ao nosso lado, sem seu sorriso, sem a sua presença em casa.

Meu filho, o que tenho que fazer para trazer você de volta?

14 comentários:

  1. Lê, logo vamos descobrir uma forma de ter nosso bebê de volta. Somos uma família unida,somos gente do bem. Penso que isso deve valer alguma coisa.
    Te amo. Dri

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  2. Conheço um pouco da historia de vcs, pois sou amiga da Dri, gostaria de saber se posso fazer algo além das minhas orações para vocês.Fiquem com Deus, só ele faz a justiça verdadeira, mesmo que não acreditemos.Micheline

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  3. João, meu pequeno....nós estamos te esperando ...volte logo...nossa família só se completa com você, sei que lá em cima alguém está traçando os pauzinhos para você voltar logo...mesmo com o coração apertado temos fé e confiança na justiça Divina. Uma genitora que negou seu filho, não derramou uma lágrima de arrependimento e agora se diz arrependida???????????? Deus , Pai todo poderoso..nós confiamos em Ti, traga o nosso João...Nós estamos sofrendo muito com a falta dele....Ritinha

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  4. O JOÃO É NOSSO!!! Let's, fique calma! É tudo uma questão de tempo e espaço. Deve ser duro, mas vai valer cada segundo, apó seu retorno à família. Continuemos na nossa corrente, para que nossa fé, energia e PENSAMENTO POSITIVO, o mantenham forte e saudável, enquanto distante. Lembrando sempre que PRA DEUS NADA É IMPOSSÍVEL... Beijos nos coração e muita força, amiga! VAI DAR TUDO CERTO, ACREDITE!!! Loret's

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  5. Mãe, não desista! Se a nossa "justiça" não tem olhos sadios, capazes de enxergar o que o amor de uma mãe é capaz por um filho, se a nossa "justiça" é "capenga", vamos não dá pra se guiar por ela, deve haver um outro meio, vc não conhece algum político, alguem que tenha alguma influência e possa conseguir o João de volta através do "jeitinho brasileiro"!!?? Pois se tiver q ser assim que seja! O mais importante é a vida, a saúde de um ser humano que se tiver oportunidade de vivenciar todo esse amor, com certeza sera um cidadão de bem...

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  6. Leticia estou orando por vce, que absurdo, vce cuidando do pequeno e essas maes que nada mais sao que parideiras, ainda tem a chance de obter permissao de ter alguem que nitidamente já deixou de lado há 5 meses atras que mundo é esse? minhas oraçoes Silvia

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  7. Deus nao da a cruz maior do que se pode carregar!!!!

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  8. Leticia, não posso acreditar que isto aconteceu, conheci o João tão lindo quando ele tinha apenas 01 mês e já percebi que ele fazia parte da sua família, foi acolhido com tanto carinho e amor que com certeza não teria 1/3 deste cuidado pela sua genitora. Quero muito poder ajudar, não desista jamais. Ele vai voltar e com certeza continuará te dando muitas alegrias. Bjs. Nayara

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  9. Le, estaremos com voce nesta luta. Estamos orando por vce.O seu pequeno principe vai voltar, pois quem te conhece sabe que vce e a verdadeira mae; a que amou no istante em que ele nasceu. Tenha fe.
    beijos!!!

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  10. Le, estou pedindo para Deus para que traga o João para os seus braços novamente, e tenho certeza que ele vai escutar e atender ao meu pedido e aos pedidos de todos que estão com vc nessa. Vamos ter muita fé, o João é seu!!!
    Beijos
    Suélen

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  11. Lê, estou certa de que a justiça de Deus vai prevalecer, pois em nosso país as leis só funcionam para defender políticos e marginais. Se vc tivesse ido pelos meios errados, com certeza estaria c/ o João. Porém, preferiu confiar na lei e fazer tudo direito. Deus com certeza está do seu lado, pois você "É A MÃE" e não aquele ser insensível que apenas pariu o João sem ao menos querer saber se ele estava bem. Você salvou a vida dele e lhe deu um lar decente e uma família que o ama de verdade. E, o mais importante, ficaria com ele mesmo se fosse doente ou tivesse sequelas de um parto prematuro. Acho q essa mulher, se é q possa ser enquadrada nessa categoria, está querendo tirar proveito da situação pra aparecer. Vamos continuar rezando por vocês e principalmente para o João, vítima de uma lei falha que "joga num abrigo" sei lá de que maneira, um ser indefeso que não pode gritar por si, mas que com certeza sente a dor dessa separação. Tenha fé, acredtide na força da oração!!!!!!!!!!!
    F O R Ç A!!!!!!!!!!!!
    Bjssss. Marcia.

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  12. Isso tudo é ridículo, um absurdo.
    Enquanto a juíza não decide, ele deveria, no mínimo ficar com você!
    Essa justiça não tem mais nada além de cega, burra, incompetente.
    QUALQUER UM, tendo um MÍNIMO de bom senso, um MÍNIMO de inteligência, um MÍNIMO de competência, saberia que isso não é o melhor para uma criança!
    Tem uma coisa que eu digo. Eu estou ficando extremamente cansada dessa justiça, desse governo, dessas autoridades. Não só as brasileiras, mas todas as outras.
    Eu tenho certeza que se fosse o filho deles, a história seria outra, por sinal bem diferente.
    Eu só espero que esse mundo mude um dia, e que não demore muito.
    Enquanto isso, eu to com vocês, que lutam por João.
    Enquanto isso a gente espera esse mundo melhorar.
    Enquanto isso a gente reza, pede, tenta.
    Enquanto isso, que João esteja bem, dormindo, brincando e comendo.
    Enquanto isso a justiça se afunda cada vez mais.

    Beijos, força e boa sorte par vocês.

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  13. Mãe....
    Não desista, nunca de ter seu João de volta!!!
    Sei bem o que vc está passando pois sou filha adotiva e sei que mãe é aquela que cria e não que dá a vida!!!Que Deus lhe proteja e que os anjinhos estejam ao lado do João!

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  14. Desejo que você tenha seu João o mais breve possivel. A justica do homem e falha mas não justica de Deus.
    Tenha fé.

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